Forte como a morte
Otto Leopoldo Winck
Editora Aboio / novembro, 2023
Numa modesta família de descendes de poloneses no interior do Paraná, a filha adolescente Rosália, de repente acorda com as chagas da Paixão de Cristo. Para uns é santa, para outros uma fraude. A família, a princípio assustada, logo percebe as vantagens econômicas da situação, com uma romaria de fiéis e curiosos vindo até o sítio, muitos dos quais com doações.
Quinze anos depois, Rosália, casada, com três filhos, não tem mais os estigmas nem gosta de se recordar deles. Está num acampamento de sem-terra. Um juiz impetrou uma liminar de reintegração de posse. Na ação policial, seu marido é morto. No necrotério, ao reconhecer o cadáver, uma espantosa surpresa. Um padre que acompanha a ocupação também é testemunha.
Novamente quinze anos depois, este mesmo sacerdote está encerrando a Missa do Galo. Despede-se de seus paroquianos e de repente se vê sozinho. Angustiado, resolve dar uma volta de carro. Encontra uma prostituta de rua e conversando com ela, outra espantosa surpresa, que desemboca na trama de "Forte como a Morte".
Fé e ceticismo, solidão e solidariedade, paixão e temor, as tradições polonesas, a luta pela terra e as relações de classe e gênero formam os fragmentos que compõem este romance, tendo ao fundo a história do Brasil nas últimas 4 décadas. As respostas não estão dadas: nunca se sabe exatamente a origem dos estigmas e nem se de fato eles são reais. Há apenas uma certeza: tudo é mistério – e é bom que assim seja.