Entrevista:
Entrevista com Ana Pujol

Ana Pujol: foto do arquivo pessoal da autora

Como surgiu o seu interesse pela Literatura Minimalista? O que te levou a explorar essa forma de expressão?

Meu interesse surgiu há mais de dez anos, quando escrevi o livro “A dor e as borboletas”, composto apenas por indrisos, uma modalidade minimalista. Com o decorrer do tempo, entrei em contato com outras modalidades como o poetrix e o haicais, entre outros estilos onde, com o uso de poucas palavras, escreve-se com a intensidade de muito contexto. Quanto menor o texto, mais ele dialoga com o leitor em sua profundidade.

No livro “Um Oceano Minimalista”, você conseguiu transmitir ideias, sentimentos, abstrações e emoções mesmo com a subtração de palavras. Pode nos contar um pouco sobre o processo de escrita desse livro e como você conseguiu transmitir tanto através de tão pouco?

Em “Um oceano minimalista”, expresso muito em poucas palavras, transmitindo emoções e sentimentos de uma forma minimalista. Este processo vem das inspirações e vivências que tenho no cotidiano e da natureza que me cerca.

Além de escritora, você também exerceu a docência e, atualmente, dedica-se inteiramente à escrita. Como essas duas áreas se complementam na sua vida e no seu trabalho como autora?

Desde criança, sempre soube que seria professora e também escritora. Escrevi meu primeiro poema aos 8 anos de idade e nunca pensei em fazer outra graduação que não fosse Letras. Na docência, sempre trabalhei com literatura e já escrevia meus contos, romances e, principalmente, poesia.

Como foi a sua experiência acadêmica, com a formação em Letras pela Universidade Gama Filho e a Especialização em Literatura Africana pela UFRJ? De que forma essa formação acadêmica influencia o seu trabalho como escritora?

Minha formação acadêmica foi em língua portuguesa e literaturas. Já a minha especialização foi em literatura africana, período em que vários autores, brasileiros e africanos, influenciaram na minha forma de escrita.

Você participa ativamente de eventos literários e faz parte de entidades ligadas à arte literária, como o Portal do Poeta Brasileiro. Como essas participações contribuem para o seu crescimento como escritora? Pode compartilhar alguma experiência marcante nesses eventos?

Participei de eventos e Saraus e, junto ao portal do Poeta Brasileiro, viajei por várias cidades do Brasil. Nesse período, publiquei meus dois primeiros livros. Aqui, no Rio de Janeiro, participei de vários Saraus em toda a cidade, em especial do Sarau do Calango, onde sou poeta residente. Viajando para fora do Rio de Janeiro, uma experiência marcante aconteceu em uma Bienal do Livro, em Maceió, onde pude conhecer, de perto, Cordelistas famosos e me encantei. Aqui, no Rio de Janeiro, tudo o que vivencio são experiências extraordinárias.

Quais são as suas maiores influências literárias? Quais autores e obras te inspiram na sua escrita?

Minhas maiores influências são os escritores Mia Couto e Guimarães Rosa, mas não posso deixar de citar Machado de Assis como uma influência permanente. Atualmente, dedico-me muito à leitura de Manoel Barros e Teruco Oda, que são minhas maiores inspirações.

Além de “Um Oceano Minimalista”, você também publicou outros dois livros. Pode nos contar um pouco sobre essas obras? Quais são os temas abordados e qual a mensagem que você busca transmitir aos leitores através delas?

Publiquei, no ano de 2011, o livro “Uma concha chegada à mente”, que tem um tom saudosista em forma de homenagem aos meus entes queridos. Em 2012, publiquei “A dor e as borboletas”, onde tento passar uma mensagem de transformação, tal qual a borboleta, todos nós passamos pela lagarta, a crisálida, até alçarmos voo.

Por fim, gostaríamos de saber sobre seus projetos futuros. Você já está trabalhando em algum novo livro? Pode adiantar alguma informação sobre esse projeto?

Sim, estou com um novo projeto. Um livro em prosa poética e HAIKAI. Prefiro ainda não falar sobre ele.

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