16/10/2025

Primeiras impressões de Ela é o meu mundo – Marcela Murakami

Logo nas primeiras páginas de Ela é o meu mundo: Uma história de amor após o fim, Marcela Murakami nos convida a mergulhar em um universo adolescente repleto de sonhos, descobertas, desejos e inquietações. A narrativa inicia com uma atmosfera leve e nostálgica: uma tarde ensolarada no campo de futebol da escola, dois amigos conversando sobre a vida e o amor — e, em meio a esse cenário cotidiano, surge um vislumbre do que será o eixo emocional do romance: a busca de Kurtis por um sentimento profundo e verdadeiro.

A delicadeza do início e a construção do personagem

Murakami desenha Kurtis com traços sutis e humanos. Ele é um adolescente como tantos outros — curioso, sonhador e às vezes confuso —, mas com uma sensibilidade rara. Quando descreve a mulher dos seus sonhos com detalhes quase sagrados, o leitor percebe que não se trata apenas de atração física: há em suas palavras um anseio por conexão genuína, por uma alma que o compreenda em sua essência. Esse idealismo juvenil dá o tom do livro e prepara o terreno para um amor que ultrapassa o banal.

Do sonho ao desejo: o impacto da “mulher da foto”

O ponto de virada emocional acontece quando Kurtis se depara com a imagem daquela que, para ele, parece ser a personificação de tudo o que sempre idealizou. A descrição da cena — sua reação quase paralisada, a forma como o mundo ao redor desaparece — captura com precisão a intensidade dos sentimentos adolescentes. Não é apenas paixão à primeira vista; é uma epifania silenciosa, uma revelação que transforma sua visão do mundo e acende nele uma chama que não se apagará facilmente.

Realidade e família: o contraponto necessário

Entre devaneios e fantasias, a autora insere momentos de cotidiano doméstico, como o jantar com os pais e o humor leve que permeia essas interações. Essa escolha narrativa é essencial: ela humaniza Kurtis, mostrando que por trás dos sonhos e do romantismo existe também um jovem comum, com responsabilidades, obrigações e uma vida familiar que o ancora à realidade.

Primeiros sinais de um destino maior

Quando Kurtis declara que vai encontrar aquela mulher — nem que leve a vida inteira —, o livro deixa claro que estamos diante de mais do que uma história de amor adolescente. Trata-se de um percurso de autodescoberta, perseverança e fé em algo que parece impossível. A autora planta as sementes de um conflito maior, sugerindo que essa busca o levará a experiências intensas, e talvez dolorosas, que mudarão para sempre a maneira como ele entende o amor.

Em resumo: As primeiras páginas de Ela é o meu mundo combinam delicadeza emocional, introspecção e um toque de poesia para apresentar uma jornada que promete ser tanto sobre amor quanto sobre amadurecimento. Kurtis não busca apenas uma pessoa — ele busca um reflexo de si mesmo no outro, um espelho de alma. E é justamente essa mistura de idealismo juvenil e intensidade emocional que prende o leitor desde o início e o faz querer acompanhar cada passo dessa história.

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