Clube do Leitor: O que te motivou a compartilhar sua história justamente após receber o diagnóstico de autismo aos 42 anos?
André Rodrigues Silva: A possibilidade de ajudar outras pessoas que também não se entendiam.
Clube do Leitor: A frase “esse não muda nunca” virou título do seu livro. Que peso ela teve na sua vida?
André Rodrigues Silva: Ouvir isso frequentemente não é nada agradável. Os desafios sempre me davam mais força e energia para continuar. Nunca me deixei abater por essas expressões depreciativas.
Clube do Leitor: Como foi crescer sentindo-se diferente sem saber o porquê?
André Rodrigues Silva: Eu não conseguia dimensionar o que me acontecia. Essa consciência veio também tardiamente, aos 37 anos. O medo do futuro era meu maior pesadelo.
Clube do Leitor: Você encontrou na matemática uma paixão e um refúgio. Que papel o conhecimento teve na sua superação pessoal?
André Rodrigues Silva: A matemática salvou minha vida. Minha paixão pelos números me levou a conquistar o que jamais, nem eu, imaginava. A profissão não é terapia, mas é terapêutico. Hoje, procuro ter um olhar mais atento aos meus alunos que percebo uma certa semelhança com meu comportamento na idade deles. Compreendo as dificuldades que eles enfrentam.
Clube do Leitor: Se você pudesse deixar uma mensagem para outras pessoas que, como você, enfrentam o silêncio interno todos os dias, qual seria?
André Rodrigues Silva: Não desista de seus sonhos. Só Deus te conhece melhor que você. Você também pode mudar sua história.