Quando o que parece simples, na verdade, nos atravessa profundamente
Conversas de Interior é o tipo de livro que não grita — ele sussurra. E, talvez por isso, ele fique ecoando dentro da gente por muito tempo depois da leitura.
Rafael de Oliveira Arantes constrói uma obra delicada e inteligente, reunindo uma série de diálogos ambientados no interior, mas que falam, na verdade, sobre o que é universal: tempo, memória, saudade, culpa, pertencimento e amor. Aqui, o protagonista não é uma pessoa, mas um lugar. Um espaço onde a vida acontece sem alarde, mas não sem profundidade.
A grande força do livro está no modo como os diálogos, mesmo despretensiosos, carregam camadas de reflexão sobre a existência. São conversas de bar, de praça, de cozinha, mas que nos colocam diante de questões que raramente temos coragem de verbalizar. O tempo que passa rápido demais. O pai que morreu antes da gente dizer que o amava. A casa vendida que levou junto a infância. As promessas de amor que envelhecem. A saudade que permanece mesmo quando tudo o mais já se foi.
Rafael tem o dom de transformar o cotidiano em poesia. Sua escrita lembra a de um cronista que escuta mais do que fala, que observa o que quase ninguém nota. É como se ele capturasse as entrelinhas da vida — aquilo que a gente sente, mas não sabe nomear. E por isso, este livro não se lê com pressa. Ele se vive.
Indico para quem aprecia obras sensíveis, que nos fazem refletir sobre nossa própria trajetória. Para quem entende que um bom livro não precisa de grandes reviravoltas, mas sim de verdades ditas com coragem e humanidade.
Gostei da premissa
Nossa amei, a resenha deixou o livro mais instigante ainda, já tava na minha Wishlist, agora eu PRECISO ler imediatamente.
Gostei da premissa do livro, já coloquei na lista