A “Tábua Etrusca” não é rasa. Este livro, profundo, intenso e ardil, inflama a pele dos olhos, evoca ânsias e demônios secretos, causa efeitos colaterais e cóleras às vistas mais emocionais, aos sentidos profundos da mente ou de algum campo ainda mais inconsciente da existência.
Sensível, poético, mas intenso.
Tudo e nada mais, eis a essência de “Tábua Etrusca”.
Um pouco seco, algo, então, sarcástico.
Uma leitura nada oblíqua proposta em letras pretas, versos e caracteres versáteis por Maruschka de Melo e Silva, uma promotora de Justiça no mundo ‘real’, mas uma alma poetizada na realidade infinita e íntima dos pensamentos sinfônicos de poetas e poetizas imortalizadas na história.
Estes poemas incrustados feito carne viva em páginas quase amarelas revestem-se, de modo dicotômico, discreto e áspero, em ideias lúdicas, sinceras e densas (…) não são, afinal, versos simples ou opacos apenas, mas uma melodia evocativa, um punhal afiado apontado para as ordens e crenças mais sacramentadas de qualquer leitor ou leitora.
Culpas disfarçadas, medos abolidos, fúrias e tempestades da autora, aparentemente, instigam homens, mulheres e humanidade, a entrar, mais do que isso, a penetrar em névoas rochosas e nuvens carregadas de um silêncio abissal, por veredas tortuosas até a luz longínqua fora do labirinto criado dentro de cada um de nós.
“Tábua Etrusca”, publicada pela Viegas Editora, é uma joia rara, um vaso fino e elegante de cristal inquebrável.
É a Península transcrita, em alguns parágrafos, em Itálico, com tons de melancolia, rimas envolventes de quase morte, sensibilidade poética e o peso necessário para um novo despertar; o despertar de um sono profundo desta sociedade verdadeira de tantos poetas mortos em classe, ritmo e maestria
As Maletas, todas estas carregadas apenas por Maruschka, nunca permanecem vazias.
As palavras e os poemas autênticos de “Tábua Etrusca”, quase mediúnicos e ditados por uma brava autora viva, transportam ainda muitas lágrimas invisíveis para a eternidade, sangue torrencial jorrado em vento e poesia de significados e significâncias sinceras, toda a energia de cura do mundo e ressuscitam a esperança na própria escrita poética.
(…) Também juntei maletas vazias guardadas consigo no teu sempre.
(Tábua Etrusca – Maruschka de Mello e Silva)
A autora:
Maruschka de Mello e Silva nasceu em São Luiz (MA). Formada em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, é Promotora de Justiça. Publicou, em 2010, Pedras em Izkor (Poemas) pela Editora Scortecci.
